
quinta-feira, 21 de março de 2013
RETORNO
Somente depois de ter andado por terras estranhas
É que pude reconhecer a beleza de minha morada.
A ausência mensura o tamanho do local perdido
Evidencia o que antes estava oculto,
por força do costume.
Olhei minha mãe como se fosse a primeira vez.
Olhei como se eu voltasse a ser criança pequena
A descobrir-lhe as feições tão maternas.
Abri o portão principal como quem abria
Um cofre que resguardava valores incomensuráveis.
As vozes de todos os dias estavam reinauguradas.
Deitei-me no colo de minha mãe como se quisesse
Realizar a proeza de ser gerado de novo.
Suas mãos sobre os meus cabelos pareciam devolver-me
A mim mesmo.
Mãos com poder de sutura existencial...
Era como se o gesto possuísse voz, capaz de me dizer:
dorme meu filho, porque enquanto você dormir
Eu lhe farei de novo. Dorme meu filho, dorme...
[Livro: Quem me roubou de mim?]
Padre Fábio de Melo
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Bom dia, Pe. Fábio . Este bendito texto no seu lindo livro, nos oferece uma meditação , "programa de vida" , que nos leva ao verdadeiro amor a Deus, partindo do nosso viver diário Hoje, o Pai me fez chegar ... o que agradeço de coração . Deus é Pai !
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