Alquimia
Amor amado que no vão da caixa te resguardas. Como é belo contemplar-te assim!
Tão cheio de poeira, roído pelo esquecimento. Resguardado em linhas de cartas, és a confissão que nos chega pela voz de palavras antigas, frutos perdidos, apodrecidos pela maturidade!
Já não possuis a ansiedade de tua mocidade.
O que tens é esta atmosfera de segredo que se revela aos poucos.
Cada palavra que se levanta deste papel empoeirado é um osso que se junta aos outros para recompor o corpo que já se foi do tempo.
O amor não morre, vira palavra.
Padre Fábio de Melo
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