quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Deus esteve aqui. Chegou de manhã cedo...


Deus esteve aqui.
Chegou de manhã cedo,
Quando o sol ainda mostrava seus primeiros raios.
Veio em minha direção.
Não o consegui visualizar bem, os raios de brilho
Que saiam de seu corpo
E seu magnífico sorriso
Deixaram-me hipnotizada a ponto de
Não perceber mais nada.

Minutos depois já estávamos sentados em uma pequena mesa
Sem que eu tivesse lembrança de ter andado.
Estávamos frente a frente.
Ele me confidenciou
Algumas mudanças no percurso da
Minha vida.

Depois me prestigiou com um grande e amoroso aperto de mão,
Levantou-se sorrateiramente e sem que eu percebesse
Foi embora.
E fiquei a contemplar sua beleza.
Um ser prefeito.


Padre Fábio de Melo

"A felicidade é artesanato "

A felicidade é artesanato – Pe. Fabio de Melo
Fábio José de Melo Silva, mais conhecido como Pe. Fábio de Melo, 43 anos, é também cantor, escritor, professor universitário, apresentador. Mineiro da cidade de Formiga, Pe. Fábio é campeão em vendas de CDs, DVDs e livros de inspiração religiosa. Em abril passado, lançou o seu 12º livro O Discípulo da madrugada, 184 páginas, publicado pela Editora Planeta. A obra tem como principal personagem um homem religioso e bem-intencionado, que tem sua vida modificada ao se tornar amigo de Jesus, antes de presenciar sua crucificação. Na abertura, ele conta que a ideia desse texto é antiga. Nasceu de um desassossego, gerado pela contradição entre os ensinamentos da catequese e os de sua mãe, que lhe apresentou Deus através do Coração de Jesus. Nesta entrevista Pe. Fábio fala sobre vocação, relacionamentos, ecumenismo e outros temas.

Como é ser um líder religioso e ao mesmo tempo um ídolo para muitas pessoas? De que maneira é trabalhada a questão do ego?
Um líder religioso nunca pode perder de vista o que o tornou conhecido. Sou um anunciador do evangelho. E o que o evangelho propõe? Humildade, simplicidade, honestidade, coerência. É assim que resolvo os excessos, voltando às minhas fontes.
Desde quando a arte faz parte da sua vida?
Desde que nasci. Sempre fui afeito ao mundo da arte. Depois descobri que poderia conciliar o ofício sacerdotal com as aptidões artísticas que Deus havia me concedido.
Um dos paradoxos da sociedade contemporânea está na relação ser e ter, ou ter e ser. Quanto vale o “ser”?
Só o “ser” nos realiza plenamente. Sem ele o “ter” ¬fica sem sentido, torna-se vazio. As conquistas materiais só serão apreciadas sem peso se o cultivo do “ser” não for negligenciado.
O que é a fé?
Experimentamos dois tipos de fé: a natural e a sobrenatural. A natural é aprendida desde que descobrimos o mundo. Alguém cuida de nós, desperta nossa confiança, e então estabelecemos o vínculo que nos dá a oportunidade de ter fé no outro. A fé sobrenatural é um desdobramento da natural. Depois de aprender a con¬fiar nas pessoas, podemos desenvolver uma fé que ultrapassa o contexto material em que estamos inseridos. Essa con¬fiança, que nos põe em caminhos desconhecidos, nos ajuda a suportar o peso da existência. Ela nos conforta com a certeza de que não estamos sozinhos na travessia.
O que é necessário para ser feliz?
Não acredito em respostas prontas. A felicidade é artesanato. Cada um faz de acordo com os recursos que tem.
Como viver o desafio cotidiano sem achar a vida enfadonha? É possível transformar a mesmice em uma aventura?
Prestando atenção no mundo. A rotina pode ser criativa. Os melhores livros que conheci narram rotinas. O que muda é o olhar que a ela dedicamos. A vida é cruel, mas é sempre generosa. Não podemos ser mesquinhos ao fazer a contabilidade final.
Como viver o desa¬fio cotidiano sem achar a vida enfadonha? É possível transformar a mesmice em uma aventura?
Prestando atenção no mundo. A rotina pode ser criativa. Os melhores livros que conheci narram rotinas. O que muda é o olhar que a ela dedicamos. A vida é cruel, mas é sempre generosa. Não podemos ser mesquinhos ao fazer a contabilidade ¬ final.
Você acredita que o Papa Francisco conseguirá dar um novo rumo à Igreja Católica Romana? Quais desa¬fios ele tem pela frente?
Acredito que sim. O Papa Francisco é autêntico, simples. Ele não se amarra no modelo protocolar. Com isso, estabelece uma ponte com o mundo. Este sempre foi o desa¬fio da Igreja. Apresentar o evangelho ao mundo.
Como avalia o despertar vocacional? Tem crescido o interesse pela vida sacerdotal?
A vida sacerdotal sempre despertou fascínio. Mas não é fácil optar por ela. Requer muita coragem. Nunca faltou à Igreja pessoa de coragem. E hoje não tem sido diferente. Há muita gente disposta a tornar o mundo melhor. Muitos homens e mulheres descobrem na vida consagrada uma forma eficaz de transformar o mundo.
Na sua opinião, O que impede muitos jovens abdicarem de suas existências pela vida religiosa?
A obediência.
Você é vaidoso? Há um limite imposto por si mesmo?
Tudo precisa de limite. Até mesmo o cuidado que temos conosco. Eu me cuido para ser saudável. É uma forma que tenho de rezar pela minha saúde. A única novena que nos emagrece é a que rezamos correndo.
Como lida com o assédio dos fãs?
As pessoas me tratam como eu as autorizo. Os exageros ocorrerão se eu não estabelecer um limite. Mas o que prevalece é o carinho respeitoso.
Na sua opinião, porque as relações amorosas são superficiais?
Porque muita gente só quer se entreter. Não é possível estabelecer um vínculo mais profundo sem o enfrentamento de con flitos.
O casamento também é uma vocação. Qual o conselho para quem tem esse ideal?
Que não se case tão cedo. Primeiramente faça um investimento na vida pro¬fissional. Isso ajudará muito na relação a dois.
Muitas pessoas o admiram pela sua postura ecumênica. Hoje, o diálogo inter-religioso ocorre de forma mais efetiva?
Desde menino, eu convivi com os diferentes. Aprendi a ouvi-los, e mesmo não tendo nenhuma identi¬ficação com suas crenças, quis conhecê-los. Não sei ser religioso de outra forma. O diálogo inter-religioso avança, mas também retrocede. A dinâmica do mundo é assim. Enquanto alguns se movimentam para quebrar os muros, outros fazem questão de erguê-los. Não vejo sentido na “Guerra Santa”. Ela é contraditória em sua origem. Não consigo entender esse discurso que autoriza o ódio em nome de Deus. As crenças são diferentes, mas os conflitos humanos são os mesmos. Isso, sim, deve nos aproximar.
Sobre o seu último livro, O Discípulo da Madrugada, qual foi a motivação para escrevê-lo? 
Nunca sabemos precisar quando é que um livro começa a nascer. O que sei, é que ele é antigo dentro de mim. Sempre me incomodou a discrepância entre o Deus cruel do Antigo Testamento com o Deus amoroso revelado por Jesus. Quando comecei a cursar Teologia, pude compreender que a linguagem bíblica está sempre imersa
nos recursos da metáfora. E essa arregimentação linguística carece ser contextualizada ao ser interpretada. O Deus bélico, combatente e cruel do Antigo Testamento, não é sem razão. A revelação divina esbarra nos limites humanos. É natural que em comunidades onde prevalece uma mentalidade tribal, Deus assuma as mesmas características. Todos nós trazemos na alma esta herança. Muitas pessoas que conheço viram Deus pela primeira vez num campo de batalha. É o contexto do Antigo Testamento. Mas nós somos herdeiros do Novo Testamento. O desfio é viver a travessia que só Jesus pode nos ajudar a fazer. Esta é a trama do livro.

Fonte: http://www.revistakalunga.com.br/entrevistas/felicidade-e-artesanato-pe-fabio-de-melo/

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Deus não decepciona aquele que busca e espera n’Ele.


Homem de fé é aquele que não vê e mesmo assim não desiste.

Deus não decepciona aquele que busca e espera n’Ele. É belíssima a passagem de quando Moisés é levado pelo movimento das águas e é encontrado pela filha do faraó. Para o povo sair da escravidão, o mar precisou se abrir. O povo, diante da impossibilidade de vencer as águas, se volta contra o profeta e lhe pergunta por que ele os retirara do Egito, se eles não têm como ultrapassar o mar. Diante do questionamento dele, o Senhor lhe diz apenas uma frase: "Diga ao povo que caminhe". Deus não lhe proferiu uma frase que garantisse o milagre, mas que requeria fé.

A expressão de Deus não é uma expressão que facilita a vida, mas que encoraja. O Senhor não facilita, pois quem facilita corre o risco de infantilizar o facilitado e Ele não nos quer infantis na fé. Deus nos quer amadurecidos, prontos para dar o primeiro passo. Fé é saber acreditar quando tudo está ao contrário. Homem de fé não é aquele que vê. É o que não vê e mesmo assim não desiste.

Na experiência do povo de Israel, diante de um povo que o [Moisés] quer matar, Deus não facilita para ele, mas requer sua fé. O povo queria uma reposta mágica, mas Deus dá uma ordem que encoraja, que faz crescer dentro deles a lembrança que aquele Deus que caminhou com eles não os deixará na mão. Nós não sabemos como será, mas não desistimos do que esperamos. Quando tudo indicava que a morte iria chegar, com os pés na água, seguindo a ordem do Senhor, o milagre aconteceu.

Por um lado, eles estavam imobilizados pelo mar que podia afogá-los; por outro, pelo exército que poderia matá-los. Aquele povo estava emparedado. Ser homem e mulher de fé é você viver uma única alternativa: aquela de não poder recuar. É como diz Santo Agostinho: "Deus só nos pede aquilo que Ele já nos deu. Tudo está em nós sob forma de dom".

A experiência da fé nos movimenta para sermos o que realmente somos. Você não tem outro destino, a não ser a santidade; da mesma forma que o povo de Israel não tinha outra opção a não ser a libertação. Ninguém emagrece fazendo novena. Ou nós nos disciplinamos ou não vamos emagrecer!
O que faz um homem ser de fé é a resposta que dá diante da insegurança. Isso é Cristianismo. Não é uma postura angelical, é uma forma de se tornar guerreiro, soldado. 

Coragem! Vitória é o que Deus quer celebrar na sua vida por meio da fé.

Padre Fábio de Melo

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Quem teme o Senhor, honra seus pais.

Palavras de Vida hoje, pedindo que Deus venha nos conceder uma Palavra que abra os nossos ouvidos, e nos ajude a viver bem!
Hoje eu quero ler uma Palavra que está no livro do Eclesiástico, que nos lembra o cuidado que nós devemos ter com os nossos pais.
Ele diz assim, o autor: 

Deus honra o pai nos filhos
e confirma, sobre eles, a autoridade da mãe.Quem honra o seu pai,
alcança o perdão dos pecados;
evita cometê-los
e será ouvido na oração quotidiana.Quem respeita a sua mãe
é como alguém que ajunta tesouros.Quem honra o seu pai,
terá alegria com seus próprios filhos;
e, no dia em que orar, será atendido.Quem respeita o seu pai, terá vida longa,
e quem obedece ao pai é o consolo da sua mãe.Meu filho, ampara o teu pai na velhice
e não lhe causes desgosto enquanto ele vive.Mesmo que ele esteja perdendo a lucidez,
procura ser compreensivo para com ele;
não o humilhes, em nenhum dos dias de sua vida,
a caridade feita a teu pai não será esquecida, mas servirá para reparar os teus pecados e, na justiça, será para tua edificação.

  (Eclesiástico 3,3-7.14-17 a)
"É... Uma palavra bastante forte, ne? Mesmo porque, é tão importante a gente renovar dentro de nós o amor que a gente tem pelos nossos pais.
A velhice é um tempo tão precioso, mas que pode se transformar num período de muita tristeza se por acaso o ‘velho’ não estiver amparado de pessoas que o amem de verdade!
A velhice se transforma num martírio toda vez que o ‘velho’, a pessoa que envelheceu, não tiver condição de estar ao lado de pessoas que verdadeiramente o ama, ao lado de pessoas que verdadeiramente reconheçam aquilo que ela fez ao longo da vida.
Por isso, que é importante a gente ter essa consciência. Se você tem o seu pai e sua mãe, viva da melhor forma ao lado dela, porque aquilo que você está vivendo hoje, aquilo que você está escolhendo fazer para o seu pai e para sua mãe, um dia será no futuro saudade boa de ser lembrada, ou será remorso duro de ser administrado!
Eu desejo que você só construa boas saudades." 
Padre Fábio de Melo
Adaptação: Marilda Silveira Dias 
"Palavras De Vida"
Programa: Tarde Viva - Rádio América. BH/MG

Homenagem ao Dia dos Pais - Poema (Fábio de Melo)

Padre Fábio de Melo Deus é pai Poema

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Santos dos dias de hoje

Santos dos dias de hoje

Padre Fábio de Melo
Foto: Robson Siqueira
I Carta de São Paulo ao Timóteo, no capítulo 4, versículos de 12 ao 16. 'Ninguém te despreze por seres jovem. Ao contrário, torna-te modelo para os fiéis, no modo de falar e de viver, na caridade, na fé, na castidade. Enquanto eu não chegar, aplica-te à leitura, à exortação, ao ensino. Não negligencies o carisma que está em ti e que te foi dado por profecia, quando a assembléia dos anciãos te impôs as mãos. Põe nisto toda a diligência e empenho, de tal modo que se torne manifesto a todos o teu aproveitamento. Olha por ti e pela instrução dos outros. E persevera nestas coisas. Se isto fizeres, salvar-te-ás a ti mesmo e aos que te ouvirem'.

Vamos hoje meditar sobre a ação do Espírito Santo em nós, que nos convida a ser santo. Santidade muitas vezes foi compreendida como algo longe, às vezes, pensamos que nosso jeito de viver não nos levará à santidade, porque estamos ancorados nos santos antigos. Muitas vezes, ligamos a santidade ao sofrimento.

Santificar-se é você descobrir que o projeto de santidade ocorre com a ajuda do Espírito Santo, que move as diferentes pessoas nos diferentes tempos e faz uma obra maravilhosa. Os santos que estarão nos andores das nas nossas igrejas no futuro estão aqui no rincão, estão em casa. Você já imaginou sua imagem? Quais as reais possibilidades de o Espírito Santo gerar em você um testemunho fiel? Santidade é isso, é testemunho, é processo de transformação do coração do homem para ser semelhante a Jesus.

São Paulo diz: ‘Ninguém te despreze por seres jovem. Ao contrário, torna-te modelo para os fiéis’. A juventude pode ser olhada de maneira diferente, sofremos preconceitos, por isso jovem seja modelo na pureza, na fé, no comportamento, no amor. Onde você como jovem vacila? Celebrar a festa de pentecostes é celebrar as possibilidades de santidades que temos e precisamos viver.

Os santos de calça jeans, os santos da modernidade estão para nascer, depende de nós, depende do nosso coração, precisamos ser santos com computador, com bateria, santos atuais.

"Os santos de calça jeans, os santos da modernidade estão para nascer, depende de nós", diz Padre Fábio de Melo
Foto: Robson Siqueira

A santidade é feita de instantes, é feita do agora, se em você neste momento não há atitude pecaminosa, você está em um momento de santidade. Mas você precisa estar atento ao seu coração, vigiar sobre si mesmo para não sair desta graça. Não negligencie a felicidade que Deus lhe concede, e felicidade é santidade; não estou falando desta felicidade passageira.

A nossa visão está projetada para fora, muitas vezes, para o outro, para o que o outro pensa de nós, e não lembramos o que Deus pensa de nós. O que você vive hoje é santidade? São Paulo fala a Timóteo para que este tenha cuidado com o jeito dele de viver, de agir, de sentir. Digo a você: Vigie-se a si mesmo! Cuide-se!

Quantas vezes, você não é feliz por causa do outro? E quantas vezes somos empecilhos para a felicidade do outro porque faltou vigilância. Precisamos nos cuidar para não nos tornarmos pessoas insuportáveis. Santidade é concreto, é do jeito que nos tratamos quando acaba a pregação, quando estamos na fila. É muito fácil nos fechar no sofrimento e nos indispor na transformação que Deus quer fazer conosco. Deixe de se enjoado, seja santo, os altares já estão prontos; só faltam os santos.

Uma das coisas mais bonitas é a gentileza; às vezes, um sorriso; às vezes, é em oferecer algo a uma pessoa, é um ato de santidade. A gentileza faz a diferença, mas às vezes perdemos oportunidade que temos de ser gentis e esquecemos que neste momento Deus nos quer santos, e esperamos grandes momentos para ser santos.

Cada vez eu me convenço mais de que o ateísmo no mundo é pelo cristianismo mal vivido por nós. Nada pode nos garantir a santidade se o nosso coração não estiver disposto a vivê-la. Fique atento como você está passando os seus dias, tire a raiva, o rancor da sua vida! Magoe-se menos, seja mais leve. Dê uma chance a Deus, pois Ele lhe oferece o altar; suba ao altar, não para aparecer, mas é para ser feliz. E ser feliz não é barulho, mas é ser santo.

É preciso educar os nossos filhos na santidade, ensinando-os a ser honestos, gentis, dando-lhes caráter. Existe uma história de homem que com seu filho de sete anos foi pagar a passagem e o cobrador disse que ele [filho] não precisava pagar, pois dava para ele enganar a todos pelo seu tamanho pequeno, mas o pai respondeu que todos poderiam pensar que ele tinha menos idade, mas ele sabia a idade que tinha, e pagou a passagem do menino. Isso é santidade.

Padre Fábio de Melo
10/05/2008.
 Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/eventos/novoeventos/cobertura.php?cod=1511&pre=4531&tit=Santos+dos+dias+de+hoje