quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Reflexão: Eu e o Tempo!

Eu vivo nesse embate constante com o tempo.
Eu me recordo que numa das noites em que eu mais pude aprender sobre o tempo, foi uma oportunidade que tive de passar uma noite com um amigo meu que estava doente. Numa fase terminal de câncer. Eu tinha ido para ali para ser útil aquela noite, cuidar dele. Eu me recordo que no meio da noite eu acordei com o choro dele, no meio daquele escuro. Aí fiquei assustado, e perguntei pra ele né: Robinho aconteceu alguma coisa? Ele me disse assim: Não! É que eu estou com um pouco de dor, já tomei o remédio. Aí estabeleceu-se aquele silêncio. Eu fiquei extremamente desconsertado, que na verdade eu estava ali pra cuidar dele. E eu acho que ele percebeu meu desconserto, e ele me disse assim: Meu amigo! Não se preocupe não, hoje só de saber que você está aqui dentro deste quarto, já torna minha vida um pouco mais feliz. Naquele momento eu experimentei o que não é do tempo. Por que o tempo é esta força que nos envelhece, que nos entristece, que nos mata, que nos leva embora, que nos distancia. E naquele momento eu experimentei a ausência do tempo, quando você pode ser inútil, quando você tem o direito de ser inútil para alguém, não fez o que deveria ser feito, mas o que me importa é que você está aqui do meu lado. Tão lindo, minha gente, quando na vida temos a oportunidade de criar essa brecha no tempo, quando nós conseguimos aliviar a nossa vida, a nossa existência a partir do amor que a gente ama, e os amantes sabem muito bem disso, quer fazer esquecer o tempo? AME! Por isso eu dizia aqui no início: Ele sacerdote das razões humanas – o tempo, eu sacerdote das divinas causas, que numa madrugada eu aprendi o verdadeiro significado do amor. Que concebe qualquer forma de inutilidade, não há problema. O importante é o que significamos um para o outro. Isso é amar. Obrigado! Obrigado por me fazer neste tempo de hoje, mais uma vez recordar, viver, que mais uma vez eu venci o tempo com a liturgia que o amor proporciona.
Padre (filósofo) Fábio de Melo

Eu e o Tempo - Pe. Fábio de Melo

Eu na trilha incerta dos meus passos
Mergulhado no destino imenso dos meus sonhos
Vou percorrendo as estradas do mundo
Deitando a toalha branca sobre os altares da humanidade
E retirando do horizonte profano da vida
A matéria-prima que será sacralizada
Ele , o tempo, e seus movimentos de suas cirandas
Vida que se reveste de cores e estações litúrgicas
Que nos convida a celebrar
O específico de cada motivo
Tempo de preparo, de colheita, vida comum
Sopro do espírito, tempo de ressuscitar
Eu, sacerdote das divinas causas
Ele, sacerdote das humanas razões
Quando com ele posso, faço acordo
Sorrio com os motivos de suas alegrias
E poetizo as tristezas, que de suas mãos se desprendem
Mas quando com ele posso
Ah, quando com ele posso, eu dele me esqueço
E vivo

(Pe. Fábio de Melo)

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Padre Fábio de Melo - Diante do Rei

'Ser feliz '

Ser feliz não é estar esquecido da realidade e dos problemas. Muita gente acha que a felicidade é o breve momento onde a gente esquece os problemas. Eu acredito que felicidade é este estado de espírito que contempla dificuldade e possibilidades e a gente se ajeita no meio de tudo isso. Quando você descobre que pode ser feliz mesmo tendo problemas, a dificuldade da vida não pode ser empecilho para nossa felicidade, é possível ser feliz mesmo nos momentos de dificuldade, o que vai fazer a diferença é a administração que nós vamos fazer desses problemas, não permitindo que eles venham jogar sombra sobre a nossa felicidade. 
(Padre Fábio de Melo)