segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Ano Novo - Padre Fábio de Melo

O menino quis saber o significado do ano novo. Tentei dizer. Busquei as frases prontas...

Busquei as frases prontas que são tão comuns à essa época do ano, e prontamente me coloquei a repeti-las. Percebi que ele escutava tudo o que eu dizia, mas sem muito interesse. Ele voltou a insistir. Queria saber se haveria algum sinal que pudesse sinalizar a mudança do ano velho para o ano novo. 

Eu fiquei desconcertado. Eu confesso que o único sinal que me ocorreu foi a famosa queima de fogos que acontece na praia de Copacabana. Não tive coragem de dizer. Apesar da pouca idade, o menino buscava por um significado mais profundo a respeito do tempo. Sem muitos rodeios ele argumentou que não conseguia perceber muito sentido nessa história de ano novo. Ele tinha uma visão prática da vida. E sobre ela me falou. Buscou realidades simples do seu contexto e exemplificou para que eu pudesse entender sua dúvida. O menino estava coberto de razão. Sua visão prática era coerente, lúcida. Não há nada de novo no ano novo. O que muda é o relógio, o calendário, mas a vida continua o seu remanso de sempre. 

Foi então que busquei extrapolar o seu discurso prático e lhe ofereci algumas porções do meu discurso simbólico. Eu também precisava sobreviver àquela conversa. Não queria sair dela embebido daquela praticidade que poderia ruir minha capacidade de acreditar que existe alguma novidade à minha espera com o romper da nova década. O menino me olhava interessado. Falei sobre o tempo e seus ciclos. Falei da psicologia das horas. 

Argumentei que a demarcação das datas pode ter repercussão nas almas das pessoas. A oportunidade de virar o calendário pode ter efeito positivo sobre aquele que se sente pesado, angustiado, sem esperanças. Comparei o ano velho a uma gaveta que precisa ser limpa. Guardamos muitas coisas desnecessárias. Chega o momento em que precisamos fazer a triagem. É necessário limpar, jogar fora, abrir espaços para coisas novas. Ano novo e gaveta limpa podem ter os mesmos sentidos, sugeri. Toda vez que nós temos a sensação de um novo tempo, é natural que nossas almas sejam invadidas por esperanças. Faz parte do processo humano sofrer de esperanças.

A esperança é uma espécie de instinto de sobrevivência. O cansaço dos tempos idos pode dispor o nosso coração à possibilidade de mudanças. É como se houvesse uma saturação. Não queremos mais o peso do passado. Precisamos de outra oportunidade. O calendário novo nos oferece essa sensação. Ao saber que o ano velho está sendo finalizado, é possível que você se encha de expectativas importantes. 

O menino me olhou com carinho e agradeceu. Voltou para o seu mundo de brinquedos e deixou-me diante da necessidade de conciliar os dois discursos. O prático e o simbólico. Desaforo. O discurso prático parece humilhar o discurso simbólico. Ele resolve porque é dotado de clareza. É lógico, curto, asfixiante. E foi assim que recebi o ano novo. 

Tentando equilibrar os dois discursos dentro de mim. Vez em quando eu me recordo da ótica do menino. Eu não a desconsidero. Ele tem razão. Se a gente não se empenhar na construção de um novo tempo, nada acontecerá. O ano novo será mesmice, repetição de erros, acomodação de posturas, condução medíocre de oportunidades, explosão de fogos que oferece brilho breve, assustadoramente fugaz. Mas não precisa ser assim. Há sempre um motivo novo abscôndito nas velhas estruturas da condição humana. A isso chamamos de evolução, superação. O menino me ajudou com sua ótica. Perdi o medo de ser prático na minha reflexão sobre o tempo. 

De fato, nada mudou. Mas também não posso deixar de admitir que há um vento suave me conduzindo para o coração do futuro. E assim eu vou. Abraçando o presente, passando o passado, aprendendo com essa dinâmica interessante, inventada por alguém que não sei dizer, que faz o ano velho ser novo de novo.

Fonte: http://www.netvida.com.br/noticia/ano-novo-padre-fabio-de-melo/

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Mensagem de Natal

 
NATAL SEM O PAPAI NOEL... 
Estou preparando a minha árvore de Natal. Quero que ela seja viva, mas não quero que seja exterior. Eu a quero dentro de mim. Tenho medo das exterioridades. Elas nos condenam. Ando pensando que o silêncio do interior é mais convincente que o argumento da palavra. 

Quero que minha árvore seja feita de silêncios. Silêncios que façam intuir felicidade, contentamento, sorrisos sinceros. 


Neste Natal não quero mandar cartões. Tenho medo de frases prontas. Elas representam obrigação sendo cumprida. Prefiro a gratuidade do gesto, o improviso do texto, o erro de grafia e o acerto do sentimento. A vida é mais bonita no improviso, no encontro inesperado, quando os olhares se cruzam e se encontram. 


Quero que minha árvore seja feita de realidades. Neste Natal quero descansar de meus inúmeros planos. Quero a simplicidade que me faça voltar às minhas origens. Não quero muitas luzes. Quero apenas o direito de encontrar o caminho do presépio para que eu não perca o menino Jesus de vista. Tenho medo de que as árvores muito iluminadas me façam esquecer o dono da festa. 


Não quero Papai Noel por perto. Aliás acho essa figura totalmente dispensável! Pode ficar no Pólo Norte desfrutando do seu inverno. Suas roupas vermelhas e suas barbas longas não combinam com o calor que enfrentamos nessa época do ano. Prefiro a presença dos pastores com seus presentes sinceros. 


Papai Noel faz muito barulho quando chega. Ele acorda o menino Jesus, o faz chorar assustado. Os pastores não. Eles chegam silenciosos. São discretos e não incomodam... 


Os presentes que trazem nos recordam a divindade do menino que nasceu. São presentes que nos reúnem em torno de uma felicidade única. O ouro que brilha, o incenso que perfuma o ambiente e a mirra com suas composições miraculosas. 


O papai Noel chega derrubando tudo. Suas renas indisciplinadas dispersam as crianças, reiram a paz dos adultos. Os brinquedos tão espalhafatosos retiram a tranquilidade da noite que deveria ser silenciosa e feliz. O grande problema é que não sabemos que a felicidade mais fecunda é aquela que acontece no silêncio. 


É por isso que neste Natal eu não quero muita coisa. Quero apenas o direito de recolher o pequenino menino na manjedoura... Quero acolhê-lo nos braços, cantar-lhe canções de ninar, afagar-lhe os cabelos, apertar-lhe as bochechas, trocar-lhe as fraldas para que não tenha assaduras e dizer nos seus ouvidos que ele é a razão que me faz acreditar que a noite poderá ser verdadeiramente feliz. 


Neste Natal eu não quero muito. Quero apenas dividir com Maria os cuidados com o pequeno menino. Quero cuidar dele por ela. Enquanto eu cuido dele, ela pode descansar um pouquinho ao lado de José. Ando desfrutando nos últimos dias o desejo mais intenso de que a vida vença a morte. 


Talvez seja por isso que ando desejando uma árvore invisível. O único jeito que temos de vencer a morte é descobrindo a vida nos pequenos espaços. Assim vamos fazendo a substituição. Onde existe o desespero da morte eu coloco o sorriso da vida. 


Façam o mesmo! 


Descubram a beleza que as dispersões deste tempo insistem em esconder. Fechem as suas chaminés. Visita que verdadeiramente vale à pena chega é pela porta da frente. 


Na noite de Natal fujam dos tumultos e dos barulhos. Descubram a felicidade silenciosa. Ela é discreta, mas existe! Eu lhes garanto! 


Não tenham a ilusão de que seu Natal será triste porque será pobre. Há mais beleza na pobreza verdadeira e assumida que na riqueza disfarçada e incoerente. O que alegra um coração humano é tão pouco que parece ser quase nada. Ousem dar o quase nada. Não dá trabalho, nem custa muito... 


E não se surpreendam, se com isso, a sua noite de Natal tornar-se inesquecível. 


Padre Fábio de Melo

terça-feira, 6 de novembro de 2018

A MÍSTICA DA DÚVIDA O QUE SEI SOBRE MIM PRECISA SER COLOCADO HONESTAMENTE EM QUESTÃO
O espiritual é tudo aquilo que sopra dentro de nós, que nos eleva e que nos faz pensar e sentir melhor.
Sempre penso a religião como instrumental, que me ajuda a pensar melhor.
Você já parou pra pensar que muitos dos seus sofrimentos nascem justamente por causa dos equívocos dos pensamentos? Quando nós não estamos pensando ordenadamente, quando nós não estamos harmonizados em nós, costumamos ter pensamentos opressivos, autodestrutivos.
E nós precisamos perceber isso. Porque, às vezes, vamos levando a vida sem identificar que os pensamentos que estamos alimentando é opressivo, destruidor. Então, é necessário passar no crivo, no crisol. O crisol é o lugar da purificação do ouro.
O processo pelo qual o ouro é purificado e as impurezas saem.
Então o crisol é toda e qualquer oportunidade que tenho de purificar meu pensamento. E às vezes essa purificação pode ser feita com uma conversa com um amigo, um psicólogo.
Toda vez que temos a oportunidade de conversar com fecundidade com alguém, de alguma maneira estamos purificando nosso pensamento.
Por isso que Jesus tinha uma tática muito especial de conversar com as pessoas.
Você pode pegar vários momentos do evangelho em que a cura ocorre quando Jesus modifica a maneira como essa pessoa pensa sobre si própria, pois assim se tem um olhar diferente sobre aquele que está comigo.
Quando temos visões distorcidas do outro é porque não acertou a visão sobre nós e acabamos sendo injustos, cruéis.
Por não termos uma visão muito aprimorada sobre nós, vemos o outro com muito defeitos. Por isso é tão honesto, na estrutura do nosso amadurecimento humano, nos confrontarmos diariamente.
Por isso eu falo em não ter medo das dúvidas.
Coloque em dúvida algo sobre em você.
É importante.
Coloque em questão aquilo que você já teve tanta certeza, mas que já não te move mais.
Não é que devemos esquece-las, mas renova-las.
Mas essa renovação só acontece quando começo a duvidar.
É importante termos a coragem da dúvida, porque é ela que purifica o que pensamos sobre nós e, consequentemente, o que pensamos sobre o outro.
Padre Fábio de Melo

Nem tudo o que sentimos é verdadeiro!



Toda vez que ousamos dizer o que sentimos nós aceitamos o risco de que o sagrado do sentimento seja banalizado. Vez em quando convém o silêncio, a convivência solitária que nos ajuda a desvendar o enigma que nos habita. Nem tudo o que sentimos é verdadeiro. O ódio, por exemplo, pode ser um amor disfarçado. O sentimento que nos parece tão convincente pode ser um impulso provocado pelas forças do instante. Somos vulneráveis às invasões de olhares, palavras, situações. E tudo isso passeia pelas nossas veias, viaja em nós. E por isso necessitamos da introspecção silenciosa. Só ela é capaz de desconstruir os equívocos que alimentamos, e expulsar o que não nos pertence. Não tenha pressa em publicar suas alegrias ou tristezas. Conviva com elas antes de colocá-las nas janelas da vida. Nem tudo a palavra sabe dizer. E ainda que saiba, nem tudo precisa ser dito Autor: Padre Fábio de Melo

sexta-feira, 12 de outubro de 2018


Oração a Nossa Senhora Aparecida
Senhora Aparecida, Mãe de Deus e nossa... Saúde dos enfermos e consoladora dos aflitos, sede conforto dos que sofrem no corpo ou na alma, sede luz dos que procuram Cristo, Redentor do Homem. A todos os homens mostrai que sois a Mãe de nossa confiança. Rainha da Paz e Emespelho da justiça, alcançai para o mundo a paz, fazei que o Brasil tenha paz duradoura, que os homens convivam como irmãos, como filhos de Deus. Nossa Senhora Aparecida, abençoai este vosso santuário e os que nele trabalham, abençoai este povo que aqui ora e canta, abençoai todos os vossos filhos, abençoai o Brasil. Amém.
São João Paulo II 

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

São Francisco de Assis

A experiência que Francisco fez de Deus e que ficou definitiva na história do Cristianismo foi justamente reconhecer em Deus um amigo. Penso que a amizade é o estágio mais apurado do amor porque é um amor que escolhe. Um pai, pela obrigação do sangue, precisa amar o filho, a mãe, os irmãos. A obrigatoriedade do sangue nos coloca quase que de forma desconfortável na necessidade de amar, é por isso que sofremos tanto quando identificamos que não amamos aquele que tem um vínculo de sangue. E, às vezes, precisamos de longos períodos de terapia para poder curar a culpa que carregamos porque isso é uma imposição cultural.
Mas na amizade ninguém é obrigado a ser amigo. Se há uma coisa que na vida nós somos livres é para escolher amigos. Amigo é aquele que você traz pra dentro da sua vida, aquele que você encontrou por acaso e sem nenhuma obrigação você quis amar.
Francisco nasceu dentro de uma família religiosa mas até então não havia experimentado Deus. Talvez tivesse passado pelo contexto das obrigações, frequentando as missas como era de costume. Ele era um moço bonito, jovem, rico e com muitos amigos e, em uma das suas muitas idas e vindas pelos arredores de Assis, ele teve a experiência de ser preso pelos olhos de um leproso. E aquilo o incomodou, despertou nele um desejo de oferecer àqueles que viviam esquecidos um pouco de sua generosidade que ele já estava acostumado a oferecer aos seus amigos.
Com essa experiência, ele descobriu que existia uma forma mais generosa de amar, que era oferecer a quem não podia retribuir e ali ele se tornou amigo dos pobres, e essa é a grande marca de Assis. A palavra pobre não se limita ao ser humano, e sim todo aquele ser vivo que está indefeso, estendendo esse amor a todas as criaturas. Ele começou a amar de maneira tão intensa, a partir daquele leproso, que tudo aquilo que via como realidade viva ele passou a respeitar como seu irmão, chamando o vento e o Sol de irmãos, identificando que Deus está presente nas águas do rio, no mar.
Francisco inaugura na igreja a teologia da ecologia, uma forma de perceber Deus nas realidade criadas. Todas as dimensões da sua vida foram passadas no crivo dessa amizade com Deus, ao identificá-lo um amigo. Francisco se torna irmão de todas as realidades, ao fazer a amizade com Deus, trazendo para nós uma mística muito preciosa e que na verdade sempre esteve nos evangelhos, mas que foi esquecida pela Igreja.
Naquele momento Francisco faz uma verdadeira revolução, tanto é que quando ele se sentiu motivado nas suas experiências místicas, Deus disse que ele deveria reformar a Igreja e, não sabendo que Deus se referia à instituição, ele reformou, junto com os seus amigos, a Capelinha de Santa Maria. Nesse momento, Francisco começa a ser rodeado por seus primeiros discípulos que ficaram convertidos por ver a sua conversão, pois essa é a maravilha da vida virtuosa, ela contagia e contamina os que estão ao redor.
E aquele menino que era rico aprendeu que ele possuía uma riqueza superior a que seus pais lhe ofereciam, que é a riqueza que vem morar nos nossos olhos quando de fato nos convertemos ao evangelho. Isso mudou a maneira como Francisco olhava para o mundo com uma sensibilidade que fez diferença e que marca a história do Cristianismo até hoje.
Francisco é um homem que começou a entender que a experiência Cristã tem que mudar a nossa relação com tudo e com todos, a começar pelo respeito que temos. O mundo precisa do nosso respeito assim como a outra pessoa também precisa.
A experiência de amizade que Francisco fez foi justamente a partir do verbo permanecer, não existe amizade ou aprofundamento da amizade sem o verbo permanecer, é aquela oportunidade que temos de entrar na intimidade com o outro e é o que fortalece o vínculo.

Padre Fábio de Melo 

Fonte: http://www.fabiodemelo.com.br/sao-francisco-de-assis/

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Cântico Das Criaturas - Padre Fábio De Melo - Cd Eu E O Tempo

O exemplo de São Francisco - Pe. Fábio de Melo - Programa Direção Espiri...

Santos Anjos da Guarda


Encontramos testemunhos que nos motivam a confiarmos nos Santos Anjos

Neste dia em que fazemos memória do nosso protetor, a Igreja termina assim o hino e oração da manhã: “Salvai por vosso filho a nós, no amor; ungidos sejamos pelos anjos; por Deus trino, protegidos!”
 A palavra anjo significa, “enviado, mensageiro divino”, muitas vezes encontramos as manifestações dos anjos como missionários de Deus, e por isso, com clareza lemos no salmo 91: “Pois Ele encarregará seus anjos de guardar-te em todos os teus caminhos”. Quando nos deparamos com a Anunciação e outros Mistérios da vida de Jesus, conseguimos perceber que este salmo profetiza a presença dos anjos na vida do Senhor.
Ora, Cristo é o primogênito de todas as criaturas, nosso irmão e modelo.
Se portanto sua humanidade, apesar de unida com a Divindade, era continuamente protegida por anjos, logo quanto mais devemos ser nós, seus membros tão frágeis.
Tanto o Pai quer isto que revelou a Jesus: “Guardai-vos de desprezar algum desses pequeninos, pois eu vos digo, nos céus os seus anjos se mantêm sem cessar na presença do meu Pai que está nos céus.” (Mt 18,10)
 Nos Atos dos Apóstolos e nos escritos de São Bernardo, Santo Tomás de Aquino e outros Doutores da Igreja, encontramos testemunhos que nos motivam a confiarmos nos Santos Anjos protetores de cada um, pois atesta a Sagrada Escritura: “Não são todos (os anjos) eles espíritos cumpridores de funções e enviados a serviço, em proveito daqueles que devem receber a salvação como herança?” (Hb 1,14)
 Na Inglaterra desde o ano 800 acontecia uma festa dedicada aos Anjos da Guarda e a partir do ano 1111 surgiu uma linda oração (apresentada a seguir).
 Da Inglaterra esta festa se estendeu de maneira universal depois do ano 1608 por iniciativa do Sumo Pontífice da época. Aprendamos e rezemos esta quase milenar prece: “Anjo do Senhor – que por ordem da piedosa providência Divina, sois meu guardião – guardai-me neste dia (tarde ou noite); iluminai meu entendimento; dirigi meus afetos; governai meus sentimentos para que eu jamais ofenda ao Deus e Senhor. Amém.”
 Santos Anjos da Guarda, rogai por nós Fonte:http://santo.cancaonova.com/

sexta-feira, 28 de setembro de 2018


A vida requer cuidado. Os amores tambem. Flores e espinhos são belezas que se dão juntas. Não queira uma só, elas não sabem viver sozinhas... Quem quiser levar a rosa para sua vida, terá de saber que com elas vão inúmeros espinhos. Não se preocupe, a beleza da rosa vale o incômodo dos espinhos...
  Padre Fábio de Melo

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Quando você sabe que ama alguém?


Quando você sabe que ama alguém?
Na vida, a gente só sabe que ama alguém, a gente só tem o direito de dizer a alguém
que a amamos depois de ter dito infinitas vezes a esse mesmo alguém a frase: eu perdoo você. Porque na verdade a gente só sabe que ama, depois de ter tido a necessidade de perdoar. Antes do perdão a gente pode ter admiração por alguém, mas admirar alguém ainda não é amar, porque admiração não nos leva a dar a vida pelo outro. Admiração é um sentimento, uma situação superficial, eu admiro aquela pessoa, mas eu sei que amo depois de ter olhado nos olhos, saber que errou, que não fez nada certo e ainda sim eu continuar dizendo que
 “eu não sei viver sem você”, “apesar de ter errado tanto continuas sendo tão especial
para mim”.
Padre Fábio de Melo

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Os sonhos não envelhecem... Vai em frente. Sorriso no rosto e firmeza nas decisões. Deus resolveu reformar o mundo, e escolheu o seu coração para iniciar a reforma. Isso prova que Ele ainda acredita em você. E se Ele ainda acredita, quem é você para duvidar...
Padre Fábio de Melo
Ficar calado é uma forma de dizer sem conceituar. Os conceitos são formulações fáceis, o silêncio não. Descobrir o que o silêncio diz requer mestria, observação minuciosa.
É bom não saber dizer...
Bom mesmo é ser compreendido, mesmo quando não sabemos dizer...
Amar é uma forma de crer em silêncio!
Padre Fábio de Melo

domingo, 9 de setembro de 2018


O cuidado de Deus sobre nós

Deus me envolveu em momentos muito preciosos e dolorosos da minha vida e é interessante porque, para mim, sempre soou como uma curiosidade: como é que Deus cuida de nós? Por ser muito racional, isso sempre passou pela minha cabeça. Como é que posso experimentar na minha vida o cuidado de Deus? Sendo uma experiência de fé, Deus me protege pelo pensamento, por exemplo. A partir do momento que eu creio na proteção divina eu reforço na minha mente, em mim e no meu jeito de ser, todas as convicções de que ele está comigo, que me ajuda a escolher o melhor caminho.
Aliás, eu ando pensando que a proteção que nos chega através da maneira como nós pensamos é uma das mais eficazes de todas as formas como Deus nos protege. Porque é a maneira como eu penso que transforma o meu jeito de ser. Por exemplo, se eu sou um homem justo que pensa a partir da justiça, Deus me protege de ir para a cadeia, porque eu não vou querer cometer injustiças, eu não vou querer fazer falcatruas nem roubar, matar ou fraudar pessoas, porque a minha fé mudou o meu jeito de pensar. Então Deus nos protege pelo nosso pensamento e isso é fantástico.
Eu creio que esta seja uma forma muito elaborada de compreender a espiritualidade, porque, às vezes, podemos ter uma visão mágica do cuidado de Deus na nossa vida. Claro, eu nunca fecho o espaço do sobrenatural, eu não consigo compreender a maneira sobrenatural como Deus me protege até porque eu não tenho conhecimento de tudo. Por exemplo, se eu vou pegar um voo, chego lá ansioso e de repente o voo é cancelado, a minha primeira reação é ficar chateado e tentar de tudo para resolver a situação. Mas quem me garante que era pra eu ir naquele voo? Quem sabe Deus não me segurou um pouquinho ali para me privar de alguma coisa mais na frente?
Eu penso que Deus tem a sua maneira de nos proteger e nós nunca vamos ter acesso a esse conhecimento porque é sobrenatural. Está além do que posso compreender, além da minha capacidade de raciocinar e de sentir. Mas eu não me privo de pensar da maneira natural da proteção, que são as instâncias humanas que passam pelas nossas escolhas.
Então quando eu penso no cuidado que Deus tem comigo, eu não tenho como retirar dessa dimensão, desse raciocínio, as pessoas que me tornaram possível, como por exemplo os meus professores, que me ensinara a ler e a escrever e todos aqueles que contribuíram para que eu pudesse ter um conhecimento específico. Foram expressões do cuidado natural de Deus comigo. Deus cuida de nós através de estruturas humanas e de pessoas.
Nós somos o resultado de muitos cuidados, por isso que fico pensando que, às vezes, a nossa fé em Deus, quando não passa pela compreensão humana, não tem muitos efeitos em nós. A nossa fé precisa ser plantada no chão da história, nós precisamos olhar para tudo aquilo que vivemos e fazer a mesma leitura que o povo de Israel fez da história da salvação.
A Sagrada Escritura, por exemplo, é o resultado de um compreensão humana de um fato sobrenatural. Homens e mulheres viveram aquilo que eles consideraram, pela fé, como cuidado de Deus, uma intervenção divina na história da identidade daquele povo e nós, até hoje, olhamos para essa história e fazemos a leitura desse cuidado aplicando à nossa vida.
O povo de Israel faz uma leitura da sua própria história, sempre à luz do sagrado. Foi Deus quem os retirou do cativeiro da escravidão, quem os libertou e que abriu o mar vermelho. Então há uma série de acontecimentos que, para aquele povo, representa justamente a intervenção divina do cuidado. E para nós continua porque somos cristãos com raízes judaicas. A história do povo judeu é também a nossa história. Nosso fundador, podemos dizer assim, era judeu.
Então o cuidado de Deus, para nós cristãos, está plenamente manifestado em Jesus que veio justamente conceder-nos uma nova identidade, salvar-nos da consequência do pecado original, não livrar-nos porque estamos o tempo todo lidando com elas. Ele nos salva, isto é, Ele imprime na nossa alma, o poder de lutar contra essas forças que podem nos destruir.
Eu como cristão luto o tempo todo contra as forças diabólicas. E eu me refiro ao diabólico como tudo que é naturalmente humano e que está machucado pelo pecado. O precário em mim. Mas eu tenho uma força superior plantada dentro de mim para que eu tenha forças para lutar contra as minhas fraquezas. Então é Deus cuidando de mim, me dando recurso necessário para que eu não venha sucumbir quando a minha inveja quiser manifestar-se, ou então quando meu orgulho quiser aflorar.
Toda a força de Cristo me foi dada e colocada dentro do meu coração. Quanto mais eu estiver mergulhado no cristianismo, quanto menos as minhas incoerências prevalecerem sobre mim, maior será a minha lucidez para pensar positivamente na vida, fazer escolhas que me favoreçam.
Padre Fábio de Melo
Finte: http://www.fabiodemelo.com.br/o-cuidado-de-deus-sobre-nos/

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Natividade de Nossa Senhora


Maria nasce, é amamentada e cresce para ser a Mãe do Rei dos séculos Hoje é comemorado o dia em que Deus começa a pôr em prática o Seu plano eterno, pois era necessário que se construísse a casa, antes que o Rei descesse para habitá-la. Esta “casa”, que é Maria, foi construída com sete colunas, que são os dons do Espírito Santo.

Deus dá um passo à frente na atuação do Seu eterno desígnio de amor, por isso, a festa de hoje, foi celebrada com louvores magníficos por muitos Santos Padres. Segundo uma antiga tradição os pais de Maria, Joaquim e Ana, não podiam ter filhos, até que em meio às lágrimas, penitências e orações, alcançaram esta graça de Deus.

De fato, Maria nasce, é amamentada e cresce para ser a Mãe do Rei dos séculos, para ser a Mãe de Deus.
E por isso comemoramos o dia de sua vinda para este mundo, e não somente o nascimento para o Céu, como é feito com os outros santos.

Sem dúvida, para nós como para todos os patriarcas do Antigo Testamento, o nascimento da Mãe, é razão de júbilo, pois Ela apareceu no mundo: a Aurora que precedeu o Sol da Justiça e Redentor da Humanidade.

Nossa Senhora, rogai por nós!

Fonte: https://santo.cancaonova.com/santo/natividade-de-nossa-senhora/

quinta-feira, 6 de setembro de 2018


Independentes em Cristo
Abra sua Bíblia na carta de Paulo aos Gálatas 4, 1 ao 20. Como eu dizia para vocês ontem, esta pequena carta de São Paulo aos Gálatas é o discurso à liberdade. Esta carta pega o principio fundamental de tudo aquilo que Jesus anunciou no seu tempo. Para ser de Deus é preciso ser livre, é preciso estar livre de todas as amarras que nos aprisionam. São Paulo percebeu que os Gálatas ao invés de caminhar no processo de liberdade estavam voltando as amarras das idolatrias do passado. Eles tinham a idéia equivocada que o cumprimento da lei era o mais importante para a salvação, mas Jesus nos diz que a lei pode nos escravizar. A primeira cura que Jesus proporcionava não era física, mas na mentalidade, pois é nossa mentalidade que precisa ser transformada. Eu vou sendo das coisas e das pessoas, vou me afeiçoando as idéias e às pessoas e muitas vezes neste processo de me afeiçoar, eu vou criando uma certa dependência e vou me tornando escravo daquela idéia ou daquela pessoa. Jesus foi tomando consciência de quem Ele era e é bonito perceber que todas as pessoas que estavam ao redor de Jesus foram ajudando a Ele reconhecer quem Ele era. Tomar consciência de quem se é, é um processo de maturidade. A psicologia humana, por exemplo, nos ensinava que uma criança só poderia ir a escola a partir dos 7 anos, pois somente neste estágio de maturidade cerebral é que ela poderia aprender. Por isso não adianta falarmos com criança do mesmo jeito que falamos com adultos, pois elas não compreendem nossa conversa. Muitas vezes na evangelização nós precisamos usar destes métodos para que todos compreendam. É como um médico que vai dizer um diagnóstico ao paciente e tem que usar de linguagem simples, pois senão a pessoa não entende. Nós, evangelizadores, temos que nos fazer entender para que possamos entrar no universo do outro. Muitas vezes nós estamos surdos e não compreendemos o que Deus nos fala por que falta abrir nossa mentalidade para que Deus. Há muito tempo atrás eu vivi um processo de dependência afetiva e aquilo me fazia mal, pois por causa da pessoa de quem eu tinha esta dependência, eu era menos eu. Um padre rezou por mim e disse que sentia que havia uma pessoa que fazia muito mal para mim e me pediu que eu apenas rezasse por ela e não ficasse próximo dela. Muitas vezes nós dizemos que esta ou aquela pessoa precisa de nós e na verdade somos nós que precisamos dela. Há pessoas que tem o poder de extrair de nós o que temos de pior e precisamos dizer a elas que não queremos a presença destas pessoas em nossas vidas. Por isso muitas vezes por falta desta maturidade é que não conseguimos viver a liberdade que Deus quer nos dar. Ser gente dá trabalho, ser gente significa você estar comprometido com seu processo humano e com o processo de quem esta ao seu redor e se você for gente você será um problema a menos na vida dos outros. Quantas vezes na vida uma família vira um inferno porque alguém lá dentro decidiu ser um mulambo e não faz esforço nenhum para ser gente, não aproveitou a liberdade. Quantas vezes nós sofremos demais por situações que não são nossas e no momento que nós sofremos por situações que não são nossas damos direito da pessoa dona da situação se tornar pior, pois ela não se compromete com suas próprias situações. Nós não podemos viver uma pobreza espiritual a vida inteira, sem ter alguém com quem contar, por que o outro resolveu ser um mulambo. O processo da imaturidade pode se estender pela vida inteira, quando eu olho para o mundo e me vejo como um coitado, isso não é maturidade é um infantilismo que não nos leva a nada. A criança, por exemplo, passa por um processo egoístico e se nós não ensinarmos que ela tem que dividir o que tem, ela não aprenderá, se não dermos as regras à medida que ela consegue compreender, estaremos criando um monstro em casa. Se não ensinarmos a elas como lidar com a vida, a vida será duas vezes pior para elas e para nós também. Conheço uma história onde a mãe não tirava o seu bebê de perto dela, pois toda vez que ela o tirava, ele chorava e até hoje ele dorme com ela e ele já está com 22 anos. A criança faz um jogo com a gente e não podemos nos deixar dominar por elas, precisamos saber dizer sim e não a elas e saber educa-los da forma correta. Se você tem vários filhos, você terá várias chaves, uma para cada um deles, pois nenhum tem a chave igual e você precisa saber lidar com cada um. O casal que educa o filho a partir dos ensinamentos divinos, vai dar ao mundo uma pessoa mais preparada. Há uma grande diferença entre amar e estar apegado, amar nos dá aquele sentimento de liberdade. O apego nos aprisiona e pensamos que as pessoas devem agir da forma que queremos. O amor é livre! Quando estou apegado a alguém ou a alguma realidade, eu faço do outro meu escravo. Alguém um dia disse nas margens do rio Ipiranga, “Independência ou morte!” e hoje nós não vamos matar ninguém, mas se não criarmos a independência necessária em nossas vidas seremos nós que morreremos. Quanto mais tempo demoramos para perdoar demonstra que estamos mais longe do processo de Deus, se sabemos perdoar mais rápido é sinal que estamos mais próximo de Deus. Eu não tenho o direito de fazer a vida do outro ser um inferno! Se eu faço minha presença e minha autoridade fazer o outro ter medo, eu não vivo em liberdade. Há momentos em que precisamos reconhecer que não estamos sendo livres e se não estamos sendo livres não fazemos os outros livres também.Precisamos ter a consciência de onde é que escravizamos, onde é que somos escravizados para que possamos caminhar no processo de amadurecimento de nossas vidas. Quantos casais vivem nesta realidade e não tem a coragem de olhar nos olhos e acertar os pontos para que sejam livres e vivam bem seu relacionamento. As vezes o que falta para nós é alguém que tenha a coragem de perturbar nossa solidão, nosso sossego e nos dizer onde precisamos mudar e nos acertar na vida. Os palcos, os holofotes, não nos educam o que nos educa são nossos familiares que nos colocam no lugar onde devemos estar. Cuidado, se você não gritar independência ou morte você morrerá antes do tempo, pois você está vivendo nos apegos. Pelo amor de Deus, se você descobre que está sendo um peso para os outros, se suas atitudes não edificam, se você só sabe reclamar, cuidado você pode estar afastando os outros, ninguém dá conta de ficar ao lado de quem tem “cara de sexta feira da Paixão” o tempo todo, tenha “cara de sábado de aleluia”! Uma coisa é a pessoa contar um problema com o olhar positivo e outra é, você contar com pessimismo e se o diabo percebe que você pode virar um mulambo, ele fará de tudo para que você vire, não queira ser um mulambo! Nós somos veludo alemão, mas precisamos ser cuidados, pois se passados ou lavados da forma errada vamos perdendo o brilho. Você precisa lutar com os poderes de Deus, pois senão você estraga a sua vida e a vida de quem está ao seu lado. É independência ou morte, o que você prefere? Você veio aqui para proclamar a independência do país, mas a independência do Brasil está em seu coração. O sofrimento tem que ser enfrentado de pé, ninguém nos prometeu que seria fácil, ser gente dá trabalho, ser pai do jeito certo dá trabalho, ser mãe do jeito certo dá trabalho, nada será fácil, é esforço, é luta! Nós temos que dar conta de nossa vida, perceba onde é que você está errando, onde sua liberdade está sendo cortada, as pessoas que estão tirando sua energia, você tem que fazer o seu esforço para sua vida dar certo, você tem que fazer sua parte! Vai chegar um momento da vida onde será colocado um ponto final e você não terá como fugir. Muitas vezes, diante das dificuldades, ouviremos uma voz no nosso ouvido, dizendo: “Vai desistir ou vai continuar?” E nós só precisamos ouvir a voz do Cristo, não dê ouvido as vozes que querem nos fazer desistir. Se você precisa parar de fumar, tome uma atitude, busque recursos, nós que precisamos de ar puro agradecemos por sua decisão, eu tenho certeza que você precisa parar de beber, de se prostituir, se é para você isso, tome uma atitude! Eu tenho certeza que você precisa romper com os apegos, pois apegado ninguém vai a lugar nenhum, para ter liberdade você precisa se livrar dos apegos interiores. Entrega na mão do Senhor as situações, as coisas que te aprisionam! Peça ao Senhor que incendeie a sua alma, incendeie seu coração! Todos nós temos a necessidade de queimar diante do Senhor alguma coisa, nossos ódios, nossos ciumes, nossos apegos, nossos vícios. Hoje é dia de proclamar independência em nossas vidas de tudo o que nos aprisiona!
Padre Fábio de Melo
Fonte: http://eventos.cancaonova.com/pregacoes/independentes-em-cristo/

sábado, 1 de setembro de 2018

Interpretação da Bíblia Pe Fábio de Melo Programa Direção Espiritual...

Os contextos da Bíblia - Pe. Fábio de Melo - Programa Direção Espiritual...

Mês da bíblia


Mês da Biblia
 Você sabe porque setembro é o Mês da Bíblia?
 O mês de setembro, para nós católicos do Brasil é o mês dedicado à Bíblia, isso desde 1971. Mas desde 1947, se comemora o Dia da Bíblia no ultimo domingo de setembro. O mês de setembro foi escolhido como mês da Bíblia porque no dia 30 de setembro é dia de São Jerônimo (ele nasceu em 340 e faleceu em 420 dC). São Jerônimo foi um grande biblista e foi ele quem traduziu a Bíblia dos originais (hebraico e grego) para o latim, que naquela época era a língua falada no mundo e usada na liturgia da Igreja. Hoje a Bíblia é o único livro que está traduzido em praticamente todas as línguas do mundo e está em quase todas as casas, talvez nem fazemos ideia, mas a Bíblia é o livro mais vendido, distribuído e impresso em toda a história da humanidade. A Bíblia – Palavra de Deus – é o fruto da comunicação entre Deus que se revela e a pessoa que acolhe e responde à revelação. Por isso a Bíblia é formada por histórias de um povo, o Povo de Deus, que teve o dom de interpretar sua realidade à luz da presença de Deus e compreender que a vida é um projeto de amor que parte de Deus e volta para Ele. Nesse mês da Bíblia somos convidados a estudar e refletir sobre esse maravilhoso livro que têm tanto a nos revelar e instruir.
 Fonte: https://blog.cancaonova.com/cuiaba/mes-da-biblia/

Setembre-se!


 "Só as flores respondem o que as palavras não sabem perguntar."
"Nem sempre a vida fala.Por vezes o que dela temos é o silêncio."
 Pe Fábio de Melo
    Um tempo para cada coisa
Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus: tempo para nascer, e tempo para morrer; tempo para plantar, e tempo para arrancar o que foi plantado; todas as coisas que Deus fez são boas, a seu tempo. Ele pôs, além disso, no seu coração a duração inteira, sem que ninguém possa compreender a obra divina de um extremo a outro.
Ecl 3, 1-2; 11

sábado, 25 de agosto de 2018


O SENHOR ESTÁ DENTRO DE NÓS
Ter acesso ao coração de tantas pessoas é sempre uma satisfação imensa pra mim. É chegar na vida do outro, do coração do outro e ajudar propondo coragem porque, às vezes, é só o que precisamos. Muitas das vezes, a coragem está adormecida dentro de nós. Quando o outro chega, e nos solicita que tenhamos coragem, ele de alguma forma nos recorda que a coragem já está em nós, pois não inventamos coragem pra viver. Isso porque o outro tem uma autoridade afetiva sobre nós, então a palavra do outro pesa para gente. Santo Agostinho dizia que Deus só nos pede aquilo que um dia Ele já nos deu. É uma devolução. Então se Deus me pede coragem é porque ela já está em mim. Deus fala através das pessoas que nos cercam, por isso é tão importante ficar atento às pessoas que permitimos acesso a nós. Porque da mesma forma como alguém pode me recordar que tenho coragem dentro de mim para vencer meus desafios, eu também posso me cercar de pessoas que me desestimulam ou que me façam esquecer que eu tenho uma coragem. Estamos sempre sobre a influência dos outros. Por mais maturidade emocional que nós tenhamos, a palavra do outro sempre vai ter uma repercussão dentro de nós. Então, cuidar dessa ambiência afetiva é importante demais porque Deus vai passar pelas pessoas. É interessante quando vemos na Sagrada Escritura, as passagens em que os profetas tinham os seus momentos com o Senhor e escutavam o que Ele queria que fizessem, como Moisés que, em muitos momentos, se retirava para ouvir o Senhor. E, às vezes, fica na nossa cabeça que Deus fala ao nosso coração de maneira sobrenatural. Então a pessoa fica desestimulada porque acha que com ela não acontece, mas não nos esqueçamos que há uma maneira muito natural que Deus tem para falar conosco. E essa maneira é quando nós nos calamos e aprendemos a ouvir o nosso íntimo. Às vezes, erramos muito porque nos desacostumamos a ouvir o íntimo. Somos muito dispersos, temos dificuldade com o silêncio e a quietude, estamos cada vez nos ouvindo menos. Mas se você parar para ouvir-se, eu tenho certeza que você vai tomar contato com aquilo que precisa viver. E este é o principal canal por onde Deus nos fala. Eu sou um ser capaz de ouvir o Senhor a partir de mim mesmo, sou o lugar onde Deus habita. Mas você pode dizer; “Ah Padre, então porque preciso ir para a Igreja se Deus está dentro de mim?” É um ritual, um andar de fora só para nos ajudar a andar por dentro. Eu vou até a Igreja porque lá tem uma ambiência que me favorece a chegar ao meu íntimo. Aí vale o nosso questionamento: será que as nossas missas, os nossos templos e a conduta que ali se assume é favorável a levar as pessoas a ter um encontro com o Senhor?” Muitas vezes, também as nossas igrejas são lugares de tantas dispersões e barulhos que não temos espaço para o silêncio, para a quietude. Então, ou eu vou à igreja ou eu entro dentro de um lugar mais tranquilo para ter a oportunidade de me fazer voltar ao lugar santo que eu sou. Quando nos esquecemos que o Senhor está em nós, ficamos procurando-o do lado fora, e quem procura de fora não irá encontrar, porque o Senhor está dentro de nós. Se eu entro dentro do meu quarto com o desejo de estar a sós com o Senhor, eu vou conseguir porque é o meu desejo que faz a diferença. Não adianta ir à Igreja se você não tiver o desejo e a disposição de encontrar o Senhor, pois nada vai acontecer. Quando quiser orar, entre no seu quarto e silencie o seu coração. Volte o olhar para dentro de você. Perceba a maneira como você está vivendo, questione-se e seja capaz de olhar para as peças do seu jogo que é a vida. Observe onde você erra, quais são as suas fraquezas, quais são os comportamentos que reforçam essas fraquezas, quais são as atitudes que lhe fortalece para vencer. Tudo isso é um exercício de vida interior. Às vezes, um livro, uma leitura espiritual, por exemplo, é sempre bom estar do lado da nossa cama para ser o último pensamento do dia. É tão bom quando a gente tem o hábito de deixar para Deus o último momento do dia e o primeiro também. Não é que ao longo do dia você não vai se recordar Dele. Eu me recordo de Deus o tempo todo porque a minha experiência com Ele passa pelas situações. Eu aprendi que Deus pode ser percebido e encontrando em todos os lugares e todas as pessoas, pois assim como eu guardo o sagrado o outro também guarda.
Padre Fábio de Melo
 
Não sabe por onde começar? Eu lhe dou uma dica. Comece a prestar atenção no jeito com você se enxerga, no jeito como você se trata, no jeito como você se interpreta. Não aloje em seu coração sentimentos que sejam contrários à sua felicidade. Não deixe demorar dentro de você o que na vida não valeu à pena. Expulse de sua mente tudo o que for contrário ao que Deus espera de você.” Pe. Fábio de Melo

Na vida, aprendemos que para tudo  temos um tempo. Que o importante não é  o que os outros falam, mas o que Deus acha.  Que o bem é uma semente que se plantar aqui,  colheremos ali. Que impossível é só uma  questão de Fé. Que na vida sempre temos  o que aprender. Que humildade não esta  em trajes, mas em atitudes.  Que a vitória vem para aqueles que  não desistem. E o mais importante,  aprendemos que ter Deus no controle  de tudo em nossas vidas,  faz toda a diferença!
Padre Fábio de Melo

sexta-feira, 20 de julho de 2018


Uma das coisas que eu acho fascinante em Jesus, é a capacidade que ele tinha de encontrar no meio da multidão, pessoas. Ele era capaz de reconhecer em cima de uma árvore um homem, e descobrir nele um amigo. Bonito uma amizade que nasce a partir da precariedade, quando você chega desprevenido, o outro viu o que você tem de pior, e mesmo assim, ele se apaixonou por você. Amor concreto, cotidiano, diário. Jesus se apaixonava assim pelas pessoas e as tornava suas amigas. As trazia para perto Dele. É fascinante olhar para a capacidade que esse homem, que esse Deus tem, de investigar a miséria do outro e encontrar a pedra preciosa que está escondida. Isso é Páscoa, isso é ressurreição. É quando no sepulcro do nosso coração, alguém descobre um fio de vida, e ao puxar esse fio, vai fazendo com que a gente se torne melhor. Não há nada mais bonito do que você ser achado quando você está perdido. Não há nada mais bonito do que você ser encontrado, no momento que você não sabe para onde ir e não sabe nem onde está... O amor humano tem a capacidade de ser o amor de Deus na nossa vida por causa disso: porque ele nos elege! Por isso que é bom termos amigos, porque na verdade, as pessoas amigas antecipam no tempo, aquilo que acreditamos ser eterno... Quando elas são capazes de olhar para nós e descobrir o que temos de bonito. Mesmo que isso, as vezes costuma ficar escondido por trás daquilo que é precário. Por isso agradeço muito a Deus pelos amigos que tenho. Pelas pessoas que descobriram no que eu tenho de pior, uma coisinha que eu tenho de bom, e mesmo assim continuam ao meu lado, me ajudando a ser gente, me ajudando a ser mais de Deus, ajudando a buscar dentro de mim, a essência boa que acreditamos que Deus colocou em cada um de nós. Ter amigos, é como arvorear: lançar galhos, lançar raízes... Para que o outro quando olhar a árvore, saiba que nós estamos ali...Que nós permanecemos para fazer sombra, para trazer ao outro, um pouco de aconchego que às vezes ele precisa na vida... 

 Arvoreie! Crie árvores! Seja amigo! 

Padre Fábio de Melo

Padre Fábio de Melo - Sobre a amizade